Oi queridas! Tudo bem com vocês?
Prometi para mim mesma que jamais ficaria tanto tempo sem postar novamente...
Cá estou, buscando no fundo do baú alguma inspiração para escrever...
Não é todo dia que as palavras
fluem com facilidade, porém, hoje vamos dizer que o dia é inspirador, pelo
menos para mim. Sim, senhoras e senhores, hoje completo mais um aninho de vida!
Cheguei a casa dos Vinte e QUATRO. Ó céus. Estou me sentindo velha. Deve ser
aquela famosa crise dos vinte e poucos anos. Fase em que começamos a nos
questionar o que fizemos da nossa vida até aqui, o quanto valeu à pena. Afinal
já se passou mais de ¼ de vida! Agora a sociedade ri da nossa cara e começa a
esfregar na fussa que está na hora de comprar um apartamento, está na hora de
casar, pensar em procriar, pensar na aposentadoria.
Como assim você não paga INSS???
Ahhh, está pensando em previdência privada!!! Entendi...
Bom, falando em aniversário...
hoje fiquei pensando como é estranho/diferente completar mais um ano de vida na
era do Facebook. Eu ainda não sei quantas felicitações eu recebi no meu perfil,
pois não tenho internet em casa (sim, é possível sobreviver com essa condição,
acredite), mas mais do que isso... me questiono qual é a verdade nesses
cumprimentos. Quantas dessas pessoas teriam lembrado, ou sequer saberiam que
hoje é o MEU DIA!?
Na era do Facebook, meu celular
tocou apenas 5 vezes hoje. Quem me ligou? Pai, mãe, madrasta e duas
amigas-irmãs. O nego não está nesta
lista porque lindo que é, me desejou feliz aniversário exatamente à meia-noite,
hora do “dia” que costumamos nos falar. Um fofo, eu sei!
Fico triste ao constatar que as
relações se tornaram tão superficiais. Sério gente, é triste. Cadê o calor humano?
Hoje, vizinhos só se falam pelo Face, irmãos só se mandam SMS... Acho que aqui
cabe aquela máxima que diz “Internet: aproximando quem está longe e afastando
quem está perto”. #fataço
Seria muito injusta se dissesse
que recebi apenas recados superficiais. Claro que não. Recebi lá recados
extremamente carinhosos, repletos de sentimentos, repletos de saudade. Já disse
que responderei um a um, com toda a atenção que cada um merece, com muito
prazer.
Gente, só queria dizer pra vocês
que eu tive o final de semana mais incrível que um ser humano pode imaginar. Ainda
na sexta viajei para ver meu nego em Imbé (uma cidade no litoral aqui do RS).
De carro a viagem é tranqüila, leva duas horas e meia... Como sou pobre e curto
uma farofa eu fui de busão né, só que aí, a viagem demora 4 ou 5 horas.
Pensem o pânico... Na sexta saí
correndo do escritório para pegar o busão até Porto Alegre. Saímos pontualmente
às 18h10. A chegada era prevista para 20h10. Um tempo razoável para uma viagem
de 160km. Eis que, para meu desespero pegamos um congestionamento horrível em
Canoas (região metropolitana) e eu acabei chegando em Porto exatamente 20h58,
sendo que as 21hs partiria meu segundo ônibus, desta vez para o destino final.
Gente, vocês jamais conseguirão imaginar o pânico. Este busão das 21hs era o
último para o litoral. Eu corria o risco de ter que dormir em Poa. Mas onde??? A
pobretona ia ficar na rodoviária mesmo...
Rodoviária de Porto Alegre |
Masssssssssss Deus é muito criativo né... sempre resolve. Quando chegamos próximo da rodoviária já fui até a cabine do motorista e dei a louca, largando uma de Drama Queen pra ele. Ele todo querido e prestativo correu logo para pegar minha mala no bagageiro e depois foi descer os outros passageiros.
Não adianta, eu curto mesmo uma
colonagem. Peguei minha mala no braço e fui literalmente correndo garantir a
passagem da segunda etapa da viagem (só de ida...), e só tinha como viajar de
pé. O busão estava lotado. Cheguei na plataforma de embarque quando o motorista
estava fechando o maleiro. Ahhhhhhhh que maravilha. Eu havia conseguido.
(Obrigada Senhor por ouvir minhas preces!)
Sorte ou não, acabei conseguindo sentar no
lugar reservado aos deficientes/grávidas/idosos. Claro que me certifiquei antes
se alguém iria precisar deste lugar. Eu tenho bom censo gente.
Quando deu 23h40 avistei meu Nego
lindo me esperando na rodoviária. Que feliz, que feliz!!!!!! Cada dia de
saudade valeu à pena. Aqueles foram os melhores abraços e beijos que já nos
damos na vida. Um abraço de saudade/reencontro/amor/carinho um beijo terno,
afetuoso, caliente... Tudo junto e misturado. Uma loucura. Uma delícia.
Dormir de conchinha é
definitivamente a melhor coisa do mundo. Esses dois dias e duas noites foram
perfeitos. Assim que cheguei fomos à beira-mar comer crepe (aqui se fala creps
mesmo) de siri e camarão que eu adoro. Ficamos ali vendo o mar, a Lua prateada
refletida na linha d’água, a brisa gelada, os navios petroleiros ancorados, com
suas luzes dançantes e um pescador solitário... tudo tãooooooo romântico. Nem
podia acreditar que eu estava ali. Que era verdade...
Imbé |
Sábado foi outro dia que merecia
virar letra de música, pintura na tela, foto novela. Acordamos tarde, preparamos almoço e depois
fomos até o empreendimento da família ajudar a mãe dele. Ganhei um bolo de aniversário
da minha sogra que estava uma delícia. Saímos para escolher um na padaria de
Tramandaí. Escolhi de morangos, nata e brigadeiro Fiesta. DIVINO!
Em seguida fomos para casa
aproveitar a companhia um do outro. Ficamos no sofá ouvindo Queens, degustando
um Merlot em frente à lareira. Coisa de novela mesmo. Tudo muitooo perfeito.
Decidimos que jantaríamos mais tarde para comemorar meu aniversário. Mal sabia
ele que eu estava tendo o melhor aniversário da minha vida desde que eu cheguei
lá.
Escolhemos comer panqueca em um
restaurante bem charmosinho à beira-mar... mais uma vez me senti no céu. Era
tudo muito perfeito... Música ao vivo, meia luz, e lá fora um jardim lindo que
brilhava debaixo de uma fina camada de chuva. Na frente, o mar e aquela Lua
mais linda ainda.
Assim que chegamos em casa e nos
deparamos com a lareira acesa, decidimos que ali passaríamos a noite. Aquecidos
pelo fogo envolvente que mais parecia um casal de bailarinos em uma moldura de
tijolos. Arrumamos nosso ninho em frente ao fogo e nos concentramos em ouvir
nossa respiração e o estalar das brasas vermelhas. Que sonho!!!! Alí senti a
plenitude. Eu poderia partir para o céu naquela hora. Eu estava repleta de vida
naquele momento. Com minha fé no nosso relacionamento renovada. Com a certeza
de que vamos sobreviver à distancia e ao tempo.
Acordar no domingo foi uma
delícia. Os dois cheios de manha... trocando carinhos. Ali eu ganhei uns 300
beijinhos. Um mais delicinha que o outro. Meu melhor presente de aniversário...
Mais tarde, a sogra caprichou no almoço, e depois de comer um prato muito
delicioso chamado “Vai sabê”, cujo eu nem ousei perguntar o que era, cortei
fatias do meu presente de aniver,. a torta super-ultradelicia.
Por falar em presentes, ainda na
sexta à noite ganhei do meu nego o que ele chamou de “um dos presentes”. Era
uma caixinha branca, muito simples. Sem laços ou fitas. Dentro o presente mais
lindo de todos. Uma caneca de cerâmica com uma foto nossa impressa. Gente, eu
chorei. Eu jamaissssssssss imaginei que ele fosse capaz de fazer isso. Ele é
muito prático. Não dá bola para formalidades. Jamais pensei que ele pudesse
pensar em um presente tão cheio de sentimento como esse... Que demandasse de
tempo e espera para ficar pronto. Eu nem consigo imaginar qual será o outro presente.
Ahhh se ele soubesse o quanto já me sinto satisfeita...
Bueno... depois do almoço e da
preguiça que vem depois do almoço, que até nos exigiu uma soneca no sofá, fomos
à um barzinho assistir ao jogo o Imortal. Mas não era qualquer jogo. Era
Gre-nal! Quem ganhou?? Quem??? Meu tricolor, claro! Eu não queria nem pensar na
despedida que estava se aproximando. Dezoito horas era o nosso prazo final.
Fiquei ali, agarrada no braço dele, torcendo para que o relógio andasse para
trás.
Fomos até a rodoviária e eu já
chorava como uma criança. Estava feliz pelos momentos incríveis que passamos
juntos, mas triste por ter que partir. Coloquei a mala no ônibus, nos abraçamos
mais uma vez e embarquei. Da viagem de duas horas até Porto Alegre, uma delas
passei chorando e agradecendo à Deus pelo presente que Ele havia me dado.
Cheguei em casa à meia noite.
Meia noite e quinze ainda estávamos pendurados no celular, eu contado da viagem
e ele escutando solícito entre um bocejo e outro.
Só posso dizer que eu faria tudo
de novo agora. Cada minuto dentro de cada ônibus valeu a pena. Me sinto cada
dia mais fortalecida, mais forte pra enfrentar essa barra de estar tão longe
dele. Mas ao mesmo tempo sinto uma urgência, uma necessidade de aproveitar com
ele cada minuto que eu puder até a minha viagem. Agora faltam menos de dois
meses e meio. E pensar que no meu próximo aniversário eu estarei a 10 mil
milhas de distância já dói.
Chego aos 24 anos completamente
realizada com a minha vida. Feliz com as mudanças que estão por vir. Sinto como
se estivesse entrando em férias após tantos anos de trabalho ininterrupto e
estudos maçantes. Absolutamente satisfeita com o rumo que estou dando à minha
vida. Grata a Deus pelos dois presentes maravilhosos que ele poderia me dar, e ao
mesmo tempo: Uma experiência internacional e ter comigo, ao meu lado a pessoa
mais fantástica que eu já conheci, meu nego. Ahhhhhhhhhhhhhhhhhhhhh o que faz o
amor não é mesmo?! Que torpor é esse? Estou tão baboba/bobona...
Deixei de pensar que tenho que
fazer uma escolha. Que tenho que optar por uma coisa ou outra. Ter o amor da
minha vida comigo ou ter essa experiência de vida fora do país. Eu escolho os
dois. Eu quero os dois. Uma coisa completa a outra e juntas me completam. Logo
de cara meu relacionamento passará por uma prova de fogo e passará ileso e
lindo por ela. Tenho tanta fé nisso que nem eu sei de onde vem. Aliás, eu sei
sim. Vem dEle.
E agora vocês devem estar se
perguntando o seguinte?! Esse aqui não era um blog de Au Pair? Que ia nos
ajudar a fazer host letter, vídeo para APP, tutorial para visto e etc? Sim,
você está certa. Ele era. Agora ele é só o meu “diário”. Sobre application e
afins você encontra um milhão de outros blogs e sites. Temos também os grupos
do Facebook. Aqui você vai encontrar a MINHA história. A minha trajetória,
coisas ligadas ou não ao programa.
O objetivo desse blog passou a
ser relatar e organizar cronologicamente a minha vida nos EUA e o que vier
antes e depois dela. Minha família irá acompanhar minha viagem por aqui. Meus amigos
também.
É claro que jamais me importarei
em responder qualquer dúvida que possa surgir, sobre qualquer parte do
processo. Também estou aqui para isso. Mas agora, esse é exclusivamente o meu
diário e compartilharei aqui o que eu achar conveniente, como esse meu
super-power-ultra-master-supra final de semana, por exemplo.
Sugiro que vocês acompanhem
também O Blog das 30 Au Pairs. Lá você encontra praticamente um manual de
instruções sobre o programa. Eu sou uma das colaboradoras do blog e escrevo lá
todos os dias 27 de cada mês. Adoraria ter a companhia de vocês lá também.
Se eu estou nessa crise dos vinte
e poucos? Devo estar. Disse não a uma proposta de emprego dos sonhos em um
hospital para ser Au Pair. Só pode haver muita insanidade nisso. Mas e daí?! Eu
nunca disse que sou normal!